terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Universidade Estadual de Maringá - UEM

 































































































































































































As palavras em memória de Adriano Valente

Jornal 90 - Maio 2010

O ex-prefeito e fundador da UEM, Adriano José Valente, morto na madrugada do dia seis de fevereiro deste ano, aos 88 anos, foi o outro homenageado com o título de doutor. Alex valente representou o pai, e foi escoltado até o palco pelo professor José Marcos de Bastos Andrade, do Departamento de Agronomia; pela secretária de Integração entre os câmpus regionais, Vera Lúcia da Cruz; e pela acadêmica do curso de secretariado executivo trilíngue, Laís Ribeiro Soler. 


Alex Valente

Alex Valente fez uma retrospectiva da época da criação da UEM, Adriano José Valente, realizou um feito raro e foi com certeza um dos poucos brasileiros que tiveram o privilégio de plantar uma universidade. Mais do que sonhar com a instalação da universidade em Maringá, o ex-prefeito procurou demonstrar sua viabilidade por intermédio de um estudo realizado pelo Eteplan - Escritório Técnico de Planejamento, órgão de assessoramento do Gabinete do Prefeito.

?Fizemos uma pesquisa em 90 municípios afim de que fosse apresentada ao governador Paulo Pimentel a possibilidade de ser criada a universidade na cidade de Maringá. Por que a idéia geral era criar uma universidade na cidade de Apucarana, nem mesmo para Londrina. Mas, conversando com o governador Paulo Cruz Pimentel, nós o convencemos que Maringá era realmente a cidade pólo e a prefeitura se comprometeria a fazer a parte que lhe coubesse, nesse grande empreendimento cultural, tecnológico e cientifico. E assim foi?, disse Valente, citando palavras do pai, registradas e uma entrevista. 

 

Na década de 1960, como é de conhecimento de todos, Maringá tinha experimentado a implantação de três faculdades: a Faculdade de Economia; a Faculdade de Direito; a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Como cidadão e líder comunitário, meu pai participou desse esforço coletivo. No histórico do Departamento de Direito da UEM, disponível na internet, há a seguinte referência ao início da Faculdade de Direito: ?o gabinete do Diretor e a secretaria da Faculdade foram inicialmente instalados em salas cedidas pelo Dr. Adriano Valente, contíguas ao seu escritório?. A biblioteca a ser consultada pelos alunos de Direito era a biblioteca do escritório de meu pai.

Valente narrou ainda que o pai foi questionado quando desapropriou, quase 80 alqueires para o campus universitário. Pra que tanta terra? E ele respondeu: ?Eu estava desapropriando o campus universitário não para dois anos, cinco anos, dez anos, mas para duzentos anos. Porque eu sempre pensei em termos de geração e nunca em termos do momento histórico. Desapropriado o campus ainda faltava uma faculdade para completar as quatro faculdades que possibilitavam a formação da universidade. Então, fomos ao governador Paulo Pimentel e conseguimos um decreto criando a escola de Engenharia (o Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas) e construímos essa escola às expensas do município de Maringá, atrás do ginásio estadual, um prédio de mais de 1000 m². Com o arcabouço da escola de Direito, da Escola de Economia, de Filosofia e mais Engenharia, conseguimos, junto aos governos estadual e federal, que fosse criada a Universidade Estadual de Maringá. O importante é que foi criado um espírito de construção. Os prefeitos que me sucederam continuaram neste mesmo roteiro, que eu acho da maior importância. E a universidade de Maringá se expandiu por toda a região, com campus em Cianorte e em muitas outras cidades, se tornando parte básica no desenvolvimento social, cultural, cientifico e tecnológico. Sinto-me orgulhoso e realizado, porque a universidade hoje tem milhares de alunos, é uma coisa fantástica. A universidade mudou a cidade, atraindo alunos dos municípios circunvizinhos e até de outros estados?.

Alex Valente terminou sua exposição durante a solenidade lembrando que foi ?o povo humilde desta cidade que elegeu o pai na campanha do ?pé de chinelo?. Ele ficou muito emocionado com o fato de as pessoas sempre levarem flores aos comícios. Como não podiam comprar, levavam flores colhidas em seus quintais. Por gratidão, meu pai pensou em plantar no Parque do Ingá, inaugurado em sua gestão, uma rosa para cada um de seus 19.472 eleitores. Não fez nem podia fazer isso. Entretanto, se as obras que realizou puderem ser comparadas com essas flores, então poderíamos dizer inspirados nos versos do Hino de Maringá, que a UEM é a mais linda flor, a mais gentil, o orgulho do Brasil e de nossa amada Maringá.

fonte:http://www.jornal.uem.br/2011/index.php/edicoes-2010/79-jornal-90-maio-2010/606-as-palavras-em-mem-de-adriano-valente